incorporadoras apresentam resultados segundo trimestre

O que esperar do mercado imobiliário em 2015

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Por Daniele Akamine*

O ano de 2015 iniciou com muitas alterações no mercado imobiliário, a CAIXA, detentora de 70% do crédito imobiliário anunciou dois aumentos na taxa de juros, além da redução do LTV (Loan to Value) para financiamento de imóveis novos e, principalmente, para imóveis usados, além de restringir o financiamento para clientes que já possuem financiamento ativo no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Para os imóveis novos, o percentual passou a ser de 80% e para os usados de 50%. Todas essas medidas são reflexo da falta de funding na caderneta de poupança. A notícia que correu o mercado era a de que o recurso, ainda existente na CAIXA, seria o suficiente somente para honrar as contratações já efetuadas e que estão em trâmite junto ao Cartório de Registro de Imóveis.

Resta saber como ficará a situação para os clientes que compraram imóveis na planta, principalmente das obras financiadas pela CAIXA, pois muitos elaboraram seu plano de pagamento com as condições ofertadas pela instituição no momento da aquisição, ou seja, não foi verificado se esse cliente já era detentor de financiamento ativo, ou se teria 20% para a entrada, uma vez que até maio era possível financiar 90% do valor do imóvel. Para os imóveis com previsão de entrega para os próximos meses, a situação é ainda difícil, pois não se sabe se existirá recurso disponível na CAIXA.

Os bancos privados e o Banco do Brasil acompanharam a CAIXA no aumento da taxa de juros, e o Itaú e Santander, também reduziram o percentual de financiamento, vale lembrar que o aumento da taxa de juros foi impulsionado pelo aumento da Selic, foram 5 aumentos em 2015 e 7 consecutivos. O aumento da taxa de juros e a redução do percentual financiável dificultam a obtenção de crédito aos consumidores, além de exigir uma renda superior, restringindo o rol de compradores.

Outro fator que influencia negativamente o crédito imobiliário em 2015 é o aumento da taxa de desemprego, segundo dados do IBGE, até abril a taxa de desemprego chegou a 8%. Redução do nível do emprego e da renda real do trabalhador abalam a confiança do consumidor, tornando-os mais cautelosos na hora de comprar, principalmente em assumir um financiamento a longo prazo.

Esse cenário acabou por reduzir a projeção de crescimento para esse ano, que deverá ficar no mesmo patamar de 2014. Para os próximos meses devemos experimentar novos aumentos na taxa de juros, que deverá chegar a 12% a.a até o fim de 2015, além da redução do preço dos imóveis – que entrará num patamar de normalidade, uma vez que o preço subiu muito além da inflação nos últimos anos – o estoque das incorporadoras não se equalizará, visto que o ritmo das vendas não subiu e teremos um aumento do número de distratos. Veremos, ainda, os bancos privados e o Banco do Brasil aumentarem sua carteira de crédito imobiliário, suprindo, ainda que parcialmente, a ausência da CAIXA.


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* Bacharelado em Direito, Pós-Graduada em Direito Civil, Direito Penal e Processo Penal, MBA em Economia da Construção e Financiamento Imobiliário, técnica em Contabilidade e sócia diretora da Akamines Negócios Imobiliários Ltda www.akamines.com.br

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