Férias de julho influenciam vendas e lançamentos na cidade de São Paulo

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Tradicionalmente, a sazonalidade do período causa a redução de visitas nos estandes, conforme pesquisa do Secovi-SP (Sindicato da Habitação)

Por Redação Sonho do Primeiro Imóvel

A Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), apurou que, em julho, 828 unidades residenciais novas foram comercializadas na cidade de São Paulo. O volume é 60,5% inferior ao total vendido em junho (2.097 unidades) e 20,5% abaixo da quantidade comercializada em julho do ano passado (1.042 unidades).

No acumulado de janeiro a julho, foram comercializadas 8.022 unidades residenciais na Capital, volume 25% inferior ao total vendido no mesmo período de 2015 (10.700 unidades).

Lançamentos – De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), a cidade de São Paulo registrou um total de 1.099 unidades residenciais lançadas em julho, volume 49,5% inferior ao de junho (2.178 unidades) e 33,2% superior a julho de 2015 (825 unidades).

De janeiro a julho deste ano, foram lançadas 6.830 unidades residenciais no município de São Paulo, com queda de 37,1% em relação ao mesmo período de 2015 (10.852 unidades).

Destaques – Os imóveis de 2 dormitórios continuaram predominando em todos os indicadores da pesquisa de julho: 489 unidades vendidas, 587 lançadas, oferta final de 9.300 unidades e VSO de 5,0%. Unidades de 1 dormitório também apresentaram bom desempenho, com 222 vendas, 250 unidades lançadas, oferta final de 8.078 imóveis e VSO de 2,7%.

Por faixas de área útil, unidades com metragem entre 45 m² e 65 m² lideraram os lançamentos (481 unidades) e a oferta (9.444 unidades), o que equivale a uma participação de 38,3% do total da ofertado e não vendido.

Nas vendas, predominaram os imóveis com menos de 45 m², com 346 unidades vendidas. Consequentemente, a faixa registrou o melhor VSO (4,5%).

Preços – Os imóveis com preços entre R$ 225 mil e R$ 500 mil lideraram com 321 unidades comercializadas, 498 unidades lançadas, VSO de 2,6% e oferta final de 11.856 unidades – o equivalente a 48% do total de imóveis não vendidos na cidade de São Paulo.

O melhor VSO foi dos imóveis na faixa de preço abaixo de R$ 225 mil, que foi de 14,6% no mês, devido à reduzida quantidade de unidades disponíveis para venda em relação a demanda. No final de julho, haviam apenas 1.229 unidades não vendidas nesta faixa de preço (5% do total ofertado).

Zona – Pela primeira vez no ano, a zona Sul de São Paulo apresentou as maiores quantidade de vendas e lançamentos, com 294 e 540 unidades, respectivamente, resultando em um VSO de 3,8% e oferta final de 7.388 unidades – 30% do total da oferta.

A zona Leste ficou em segundo lugar, com 235 vendas e 300 unidades lançadas, mas o VSO de 3,9% e a oferta de 5.837 unidades aproximaram os resultados aos da zona Sul.

VGV da cidade de São Paulo – Em julho, o VGV (Valor Global de Vendas) foi de R$ 435,9 milhões, 55,9% inferior ao de junho (R$ 989,3 milhões comercializados) e 24,0% abaixo do apurado em julho de 2015 (R$ 573,6 milhões) – valores atualizados pelo INCC-DI de julho de 2016.

VSO da cidade de São Paulo – O indicador VSO (Vendas sobre Oferta), que apura a porcentagem de vendas em relação ao total de unidades ofertadas, foi de 3,3% em julho, apresentando redução de 58,2% em comparação ao VSO de 7,9% do mês de junho e próximo ao de julho de 2015 (3,7%).

O VSO de 12 meses registrou 38,2%, redução de 0,9% em relação ao VSO de junho de 2016, de 38,6%. O indicador apresentou queda de 10,4% quando comparado ao de julho de 2015, de 42,6%.

Oferta de imóveis novos – A cidade de São Paulo encerrou julho com 24.627 unidades não vendidas disponíveis. A oferta é formada por imóveis na planta, em construção e prontos (estoques), lançados nos últimos 36 meses (de agosto/2013 a julho/2016), ficando estável em relação ao mês anterior (24.609), com variação de 0,1% e redução de 8,7% em relação a julho de 2015.

Conclusões – De acordo com os analistas do Secovi-SP, o mercado continua concentrado em imóveis de valores até R$ 500 mil e a redução no volume de vendas em julho já era esperada, em razão do período de férias escolares que, habitualmente, diminui a visita de famílias aos plantões de venda. No entanto, a expectativa é que haja reação no segundo semestre.

“A perspectiva de adoção de medidas que estimulem o setor e, consequentemente, possam desencadear o processo de crescimento econômico, também nos leva a crer que haverá um ambiente mais favorável aos negócios e aos investimentos”, afirma o presidente do Secovi-SP, Flavio Amary, ressaltando, porém, que a redução na taxa de juros (hoje em 14,25%) é fundamental para retomar a produção e a venda de imóveis.

Neste aspecto, o economista-chefe da entidade, Celso Petrucci, pondera que as projeções para 2017 do boletim Focus, do Banco Central, apontam para um cenário com taxa de juros em torno de 11% ao ano e inflação de 5%, “o que provavelmente criará melhores condições para a reação do mercado imobiliário”.

Além dos problemas econômicos do País, é preciso considerar os entraves urbanísticos da cidade de São Paulo. “As dificuldades na viabilização de novos empreendimentos, em função das alterações do Plano Diretor Estratégico e da Lei de Uso e Ocupação do Solo, precisam ser eliminadas para que o setor volte a gerar empregos, ampliar a arrecadação de impostos e a oferta de novos produtos para atender à demanda”, enfatiza Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Sindicato.

Essas e outras questões estão no documento “O que o setor imobiliário espera do próximo prefeito de São Paulo – Propostas para o Governo Municipal”, cujo objetivo é contribuir na conscientização dos candidatos quanto a conceitos e propostas prioritários para a metrópole. “Entregamos e discutimos o conteúdo do documento durante encontros com os principais candidatos, e alguns deles já se comprometeram a adotar várias das medidas apresentadas”, conclui Kallas.

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