Lançamentos de imóveis caem 19,3% em 2015

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Vendas acompanham o ritmo e retraem 15,1%; já distratos cresceram 10,7%

Por Fabio Penteado

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgaram ontem, 18 de fevereiro, os números das 19 empresas associadas à entidade no acumulado de 2015 e o desempenho no último trimestre do ano. Segundo o vice-presidente executivo da Abrainc, Renato Ventura, o mercado está ajustando a demanda devido ao cenário econômico, que tem gerado uma baixa confiança dos potenciais compradores e dos empreendedores. Ao final de dezembro, as empresas disponibilizaram 109.398 unidades para a compra.

Os indicadores ilustram o que diz o executivo. No acumulado de 2015, as companhias lançaram 60.274 unidades, queda de 19,3% frente a 2014. No último trimestre, foram 17.794 empreendimentos, volume 29,6 inferior ao terceiro trimestre do ano anterior.

As vendas acompanharam o ritmo desaquecido dos lançamentos. Em 2015, as 19 empresas comercializaram 108.906 unidades, redução de 15,1% quando comparado ao acumulado de 2014. No último trimestre, a retração no comparativo foi de 19,8%, totalizando de outubro a dezembro de 2015 25.648 unidades.

Quanto às entregas, de janeiro a dezembro de 2015 o total chegou a 126.804 unidades, recuo de 25,3% frente ao acumulado do ano anterior. No último trimestre foram 31.286 unidades entregues, -39,2% com relação ao último trimestre do ano anterior.

Os distratos refletem o cenário de queda de todos os outros indicativos. Em 2015, as 19 empresas associadas computaram 49.955 devoluções, crescimento de 10,7% quando comparado a 2014. Para o economista da Fipe, Eduardo Zylberstajn, os distratos fazem parte do arranjo institucional do segmento imobiliário.

Expectativas

Na opinião de Ventura, 2016 será um ano difícil. “A falta de confiança dos agentes econômicos e os embates políticos do país continuam presentes no mercado. Os preços dos imóveis tendem a ser normalizados, refletindo os custos e acompanhando as taxas inflacionárias para haver produção”, diz.

Com relação aos distratos, o executivo da Abrainc afirma que eles continuarão relevantes, mas a tendência é que o número absoluto reduza. “Boa parte das aquisições de imóveis, efetuada entre 2012 e 2013, considerou o crescimento do PIB, o que difere da nova geração de compras, que enfrenta um cenário de valorização mais realista”, explica.

 

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