Drones invadem o mercado imobiliário

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Tecnologia pode ser utilizada no lançamento do empreendimento, durante a construção, na conclusão da obra e na produção de vídeos publicitários

Por Danilo Vivan / Fotos:Rafael Freitas

Ainda associados a usos militares, os chamados Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) ou simplesmente drones vêm sendo cada vez mais usados em atividades civis e começam a invadir o espaço aéreo do mercado imobiliário. Para as construtoras e corretoras de imóveis, essas máquinas voadoras representam praticidade na obtenção de imagens, seja para avaliação da viabilidade de novos terrenos, seja para a produção de vídeos apresentados aos clientes com um toque futurista.

A avaliação de terrenos tem sido uma das apostas do uso dos drones na construtora Trisul. Antes do início das obras, o dispositivo é usado para avaliar, por exemplo, o melhor posicionamento das torres de um determinado empreendimento, levando em conta fatores como a incidência do sol nos futuros apartamentos e a vista que os moradores terão – fatores que, por sua vez, podem interferir no preço das unidades.

O coordenador de Inteligência de Mercado da construtora, Lucas Araújo, explica que as avaliações aéreas já eram feito antes por meio de mini-balões não tripulados (guiados por cabos). Com os drones, no entanto, o trabalho vem ganhando agilidade e precisão. “Em termos de custos, os balões ainda são cerca de 70% mais baratos. Mas nos próximos anos, com a popularização dos drones, os preços devem se equiparar rapidamente”. Outra aplicação dos mini-aviões é a de produzir imagens para mostrar aos futuros compradores qual será, efetivamente, a vista que terão.

Na MBigucci, construtora que atua na região do ABC Paulista, os drones também são utilizados na produção de vídeos com detalhes da locação e perspectivas do empreendimento – apresentando, do alto, por exemplo, a localização de supermercados e lojas na região. “Os clientes estão cada vez mais interessados em recursos digitais e os vídeos feitos com drones permitem apresentar o imóvel com perspectivas diferenciadas, como uma vista panorâmica do empreendimento e do seu entorno por exemplo. A movimentação das imagens como se estivesse entrando e saindo dos ambientes também proporciona uma experiência sensorial diferente ao cliente”, explica o diretor de Marketing e Locação, Marcelo Bigucci.

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professor de robótica do curso de engenharia da Universidade do Vale do Paraíba (Univap) Alessandro Mendes

O professor de robótica do curso de engenharia da Universidade do Vale do Paraíba (Univap) Alessandro Mendes identifica três momentos de uso dos drones na construção: (1) no lançamento do empreendimento (especialmente prédios) – quando é possível para os clientes terem uma noção precisa da vista que terão de cada andar; (2) durante a construção, momento em que podem ajudar na vistoria das obras com segurança e transportar com praticidade pequenas peças e documentos (imagine o trabalho para levar um documento do topo de uma torre de 30 andares para o de outro prédio com a mesma altura) e (3) na conclusão, usados na produção de vídeos publicitários.

Regulamentação

Para Mendes uma questão crítica diz respeito à atualização da legislação para o uso desses micro-aviões, já que o mercado vem crescendo num ritmo espantoso – estima-se que, globalmente, o segmento dos drones movimente US$ 2 bilhões por ano, valor que deve aumentar para mais de US$ 20 bilhões até 2024. No Brasil, seu uso é regulamentado pela circular 21/2010, da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que permite o uso dos drones em áreas remotas, sem pessoas – como em cultivos, por exemplo. Em áreas urbanas, com maior movimentação, o voo deve ser precedido de uma autorização da agência governamental.

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