O home-office veio para ficar: como lidar com a tecnologia, a produtividade e o mercado imobiliário

Especialistas debatem sobre trabalho remoto e como otimizar o uso da tecnologia, o rendimento profissional fora do ambiente corporativo, além dos impactos no perfil dos imóveis

dino

São Paulo, SP, 27/05/2020 –

A pandemia de Covid-19 (coronavírus) levou especialistas de várias áreas a pensarem sobre o futuro de diversos aspectos da sociedade. Uma das questões levantadas é sobre as formas de trabalho, ponto que já verifica mudanças importantes desde o início do isolamento social.

De acordo com um relatório produzido pelo software Capterra e pelo Instituto de estudos Gartner, 77% das pequenas e médias empresas brasileiras adotaram o home-office após a quarentena.

Nesse cenário, uma das dúvidas que fica na cabeça de empresários, diretores e funcionários é se esses empreendimentos voltarão para o ambiente corporativo ou manterão parte de seus colaboradores trabalhando de casa.

Tecnologia: a mola propulsora

O trabalho remoto só é possível porque atualmente existem diversas ferramentas tecnológicas que permitem que o funcionário e a empresa se conectem para manter as atividades mesmo à distância.

Sylvia Bellio, especialista em infraestrutura de TI e CEO da it.line, empresa eleita por quatro vezes consecutivas a maior revendedora da Dell Technologies no Brasil, comenta sobre a recente aceitação do home-office.

“Algumas empresas perceberam com a prática que poderia ser mais econômico e assertivo investir em tecnologia para trabalhar remotamente do que reter os funcionários dentro das companhias”, afirma.

Segundo Sylvia, existem inúmeras ferramentas que viabilizam que a experiência do trabalho remoto se torne bem semelhante ao do ambiente corporativo tradicional. Ela elenca as principais ferramentas para realizar um bom trabalho remoto:

– Segurança digital: o uso de equipamentos pessoais ou da empresa exige que haja um alerta específico em relação à segurança digital. O aparelho precisa possuir softwares como antivírus, firewall, antispyware e outras ferramentas de controle. Além disso, gestores e colaboradores precisam passar por treinamentos específicos para não passarem dados e senhas para pessoas estranhas por telefone, por exemplo.

– Conexão de internet: é preciso que os colaboradores fiquem atento se a conexão de Wi-Fi de casa é segura e possui protocolos de segurança como WPA ou WPA2, que possuem boas encriptações e podem proteger a internet caseira. Além disso, o pacote de provedor tem que ser compatível com a demanda que o profissional irá desempenhar.

– Softwares: um dos principais pontos nesse quesito é que as aplicações devem ser sempre originais e com licença de uso. Além disso, é importante alertar aos funcionários sobre o quão é desaconselhável fazer downloads de arquivos como filmes, músicas e jogos no computador da empresa. O ideal é ter uma máquina para cada uso.

– Comunicação: atualmente são vários os programas que permitem uma comunicação entre colaboradores, diretores e gestores, seja por vídeo, texto ou áudio. Além dos já popular WhatsApp, programas de videoconferência como Hangouts e Microsoft Teams são essenciais para manter o diálogo entre as pessoas da empresa.

Impactos no mercado imobiliário

Claudio Fauza, arquiteto e diretor da Alphaz Incorporadora, uma empresa que desenvolve projetos imobiliários sustentáveis de ponta a ponta e promove um estilo de vida saudável, explica que a Covid-19 está fazendo com que as empresas reavaliem seus espaços e considerem readaptações definitivas das operações de trabalho. Ele defende que essa mudança de pensamento trará um grande impacto para o mercado imobiliário.

“A necessidade de grandes espaços para locais corporativos pode mudar drasticamente em alguns setores. Isso vai impactar as ofertas desses espaços, já que existirá uma tendência de que eles comecem a ficar ociosos. Como consequência desse movimento, o valor desses imóveis será impactado também”, argumenta.

Claudio afirma que muitos negócios estão começando a perceber que o custo operacional fixo com o aluguel de imóveis e energia elétrica, por exemplo, podem ser impactantes em seus faturamentos. Por isso, nesse momento de alta no trabalho remoto a percepção é que grandes escritórios comerciais podem representar perdas e não ganhos.

Ele comenta, ainda, que nesse contexto, os trabalhadores terão farão mudanças nos cômodos de suas casas, para transformá-los em verdadeiros escritórios corporativos.

Dicas de produtividade

Outro aspecto que pode surgir como um desafio para pessoas que estão trabalhando de maneira remota pela primeira vez é: como manter a produtividade? A novidade da mudança do trabalho do escritório para o “quarto” de casa pode acabar trazendo dificuldades para muitos trabalhadores.

“Muitos profissionais acabam se queixando de ter a sensação de correr o dia todo para realizar suas tarefas e, ao chegar no final, sentir frustração por não ter conseguido cumprir todas elas. Por isso, nesse cenário a gestão do tempo é fundamental”, explica Gaya Machado, que é especialista em desenvolvimento do potencial humano. A especialista enumera quatro dicas para que o home office seja mais efetivo:

– Organizar: o maior vilão da produtividade é um cérebro abarrotado de informações. Lembrar e organizar mentalmente projetos, tarefas e ideias demanda muito tempo e energia. Portanto, é preciso escolher um lugar para gerenciar as tarefas. Pode ser um aplicativo, agenda, quadro ou bloco de notas.

– Eliminar desperdiçadores de tempo: identificar quais são os desperdiçadores e tomar providências para evitá-los. Uma dica é tirar uma hora específica do dia para atualizar-se brevemente sobre temas que não precisem de um acompanhamento em tempo real. Assim, é possível se informar e não gastar tempo desnecessário com interrupções constantes.

– Programar pausas: intervalos não devem ser negligenciados, pois as pausas são fundamentais para que o cérebro se recupere e produza com qualidade. Quem não respeita o timing do organismo para se alimentar e ter momentos de descanso corre o risco de ter um esgotamento chamado “fadiga de decisão”, quando o profissional não consegue mais tomar decisões de qualidade, pois sua energia mental se esgotou.

– Não ser multitarefa: para ser mais produtivo, primeiro devem ser feitas as tarefas mais importantes. Além de não sentir a pressão do tempo passando, a capacidade mental é melhor utilizada. Deixar o que realmente importa para o final do expediente é um risco, já que a entrega pode ser ruim e causar frustração.

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