Incorporadoras buscam selo de sustentabilidade

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Por Danilo Vivan

Tratada como uma novidade há alguns anos, a chamada certificação ambiental de edifícios vem avançando rapidamente e chega, agora, a uma nova fase: a da certificação das incorporadoras, em si.

A Fundação Vanzolini, responsável pela certificação AQUA – acrônimo para Alta Qualidade Ambiental – tem registrado um aumento no número de incorporadoras interessadas na certificação Empreendedor AQUA, destinados não apenas aos empreendimentos isoladamente, mas às empresas do setor.

Para ser considerada Empreendedor AQUA, a incorporadora é obrigada a certificar no mínimo quatro imóveis, sendo que a certificação de cada empreendimento passa por auditorias em três momentos: o pré-projeto (Desenvolvimento de Produto), o projeto (Projetos Executivos) e a execução (avaliação durante a obra).

Roberto Pastor, diretor técnico da Trisul – incorporadora que, desde dezembro, vem trabalhando para obter selo –, explica que as regras de certificação dividem-se em quatro grandes pilares: (1) meio ambiente (gestão de resíduos na obra, por exemplo) (2) gestão patrimonial (3) conforto (acústico e térmico) e (4) saúde (qualidade dos espaços e qualidade sanitária da água, por exemplo). Esses quatro pilares, por sua vez, subdividem-se em 14 categorias que, por fim, se ramificam em uma infinidade de itens, como obrigatoriedade de entrega do imóvel com medidor individual de água, de torneiras com fechamento automático em áreas comuns e com aerador nas unidades, reserva de vaga para utilização de ambulância na garagem e até mesmo bicicletário com recarga para bicicletas elétricas.

Colocadas na ponta do lápis, todas essas exigências exigem um controle mais rigoroso dos custos da obra, de modo que, no final, esses custos extra não impliquem em aumento de custos que torne o empreendimento pouco competitivo em termos de preço.

No caso da Trisul, Pastor garante que o acréscimo de custos foi de apenas cerca de 2%. Não há mensuração de quanto a incorporadora deverá ganhar, seja em termos de acréscimo de valor ou de velocidade das vendas assim que a certificação for concebida – ganhos que certamente ocorrem. “Mas há outros intangíveis, como aqueles decorrentes de uma melhor imagem da empresa.” Além disso, na prática, muitos consumidores irão concluir que as características ambientais dos prédios certificados acabam tendo impacto, por exemplo, no valor do condomínio ou na conta de luz, o que representa um valor agregado, assinala.

Sérgio Domingues, diretor técnico da Tarjab (outra incorporadora em processo de certificação) concorda: “as construções sustentáveis apresentam maior vida útil, custo reduzido de operação e manutenção simplificada e serão mais valorizadas em relação às convencionais”.

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