23 de novembro de 2015
Por Fabio Elizeu
Fotos: Eliane Cunha
Muito difundido e utilizado no mercado norte-americano, o chamado home equity, conhecido no Brasil como empréstimo com garantia em imóvel, começa a se tornar um produto popular por aqui. Em tempos de inflação alta, desemprego e perda de renda do trabalhador, quem está endividado e possui um imóvel quitado pode realizar um empréstimo nessa modalidade. Mesmo para quem pretende ampliar seu negócio, abrir uma franquia ou concretizar o sonho da viagem de intercâmbio, esse tipo de operação pode ser uma boa alternativa, na medida em que garante a obtenção de um empréstimo em condições atrativas.
Para esclarecer as dúvidas sobre essa modalidade de empréstimo o Sonho do Primeiro Imóvel entrevistou Maurício Quarezemin, diretor de rede e imobiliário do Pan.
Segundo Quarezemin, um dos principais produtos que o Pan possui no setor imobiliário é o home equity, chamado no banco de Crédito Fácil. “O home equity nada mais é do que você pegar o seu imóvel, oferecê-lo como garantia ao banco e receber um empréstimo de até 60% do valor de avaliação – que é o que a legislação atual permite. Cada banco possui as suas condições. No Pan, financiamos em até 20 anos, com taxa de juros de 1,23% ao mês (15,80% ao ano), com indexador IGPM e pela tabela SAC”, explica o executivo (veja a tabela com as condições abaixo).
Consultoria diferenciada – Um ponto importante para o Pan é o atendimento vinculado à consultoria financeira. Como o home equity é um produto relativamente novo no Brasil, algumas pessoas têm receio de utilizar o imóvel (na maioria das vezes o único que possuem) como garantia. “O papel do consultor quando o cliente vai à loja solicitar o empréstimo, é orientá-lo para que faça a operação de forma consciente, mostrando os detalhes, custos e, principalmente, recomendar que financie o percentual que garanta que ele irá utilizar o dinheiro da melhor forma possível, muitas vezes sem a necessidade de alienar 60% do valor do imóvel”, diz Quarezemin.
O Crédito Fácil – Um ponto importante sobre o Crédito Fácil, de acordo com o executivo do banco, é que o cliente que procura essa modalidade de empréstimo, hoje, é aquele que tem o objetivo de resolver alguma necessidade do momento. “Notamos uma procura maior por pessoas que querem resolver alguma questão pessoal, principalmente quando se trata de reestruturação de dívida. O home equity, por ser uma linha de financiamento de longo prazo, refresca bastante o fluxo de caixa das pessoas. Digamos que você possui uma dívida no cheque especial, Crédito Direto ao Consumidor (CDC), ou uma dívida de prazo mais curto e mais cara. Com o home equity você pode reestruturar essa dívida toda de curto prazo (utilizando seu imóvel como garantia), alongando a uma taxa de 1,23% ao mês, melhorando seu fluxo de caixa. Trocar uma dívida de curto prazo por uma dívida de longo prazo faz sentido”.
Análise e finalidade do empréstimo– Mesmo que você tenha um imóvel quitado e esteja enquadrado em todas as condições para o empréstimo, isso não é garantia de que terá um home equity aprovado. Quarezemin explica que dependendo da finalidade de utilização do dinheiro, o banco não concede o crédito. “Vou dar um exemplo. Sou empresário e quero colocar meu imóvel em garantia para usar o crédito como capital de giro, um dinheiro de giro rápido para quitar salário dos empregados. O banco não vai conceder o crédito nessa condição. O mesmo vale para o empréstimo para troca de veículos, por exemplo. O banco vai conceder o empréstimo se o empresário quiser, por exemplo, reestruturar dívidas, alongar dívida, ampliar o seu negócio, comprar maquinário, etc”.
O executivo lembra que é feita uma análise global do cliente, verificando o que fará com o dinheiro, a origem dos rendimentos, se possui ou não patrimônio. “Se o cliente está utilizando o imóvel como garantia do negócio, então cabe ao banco também zelar por isso. Porque se ele faz uma operação mal calibrada, está colando seu imóvel em risco e isso não é bom para o banco e não é bom para o cliente” afirma Quarezemin.
Dinheiro para empreender – Além da reestruturação de dívida, o home equity também é uma boa opção para empreendedores.
“Temos uma parceria com a Associação Brasileira de Franchising (ABF). Para quem quer abrir um negócio nessa modalidade, há um simulador no site da instituição em parceria com o banco. Até então, o franqueado tinha apenas como opção de recurso o financiamento de Pessoa Jurídica com 48 meses, no máximo 60 meses para pagar o empréstimo. Hoje, pode ter sua franquia e pagar o empréstimo em até 20 anos, via home equity o que para o empresário faz todo o sentido”, esclarece.
Sem se desfazer do bem – Uma outra parceria interessante do Pan é com a Rede Secovi de Imóveis. Vamos supor que uma pessoa quer vender seu imóvel porque possui uma dívida de curto prazo. O corretor de imóveis pode, simplesmente, sugerir que a pessoa utilize o imóvel como garantia no home equity, quite a dívida e ainda assim continue com o bem. “O mercado está bastante ofertado e não há tantos compradores assim. Então se estou vendendo o imóvel eu posso, como opção à venda, oferecer meu imóvel em garantia e, com dinheiro, fazer aquilo que eu estou precisando fazer. Se você derivar isso para a linha dos sonhos, eu tenho imóvel por exemplo em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, utilizo o imóvel que tenho em São Paulo, faço um home equity, levanto recursos e compro uma casa na praia ou um imóvel no campo, por exemplo”, afirma o executivo.
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Ótima maneira de perder seu imóvel para as instituições financeiras. Não
aconselho ninguém fazer isso .Foi este sistema que levou milhares de
americanos serem despejados de suas casas após a crise de 2008. Você
contrai uma divida dando seu bem como garantia para quitar uma outra
divida que poderá não vir a arrastar seu imóvel como pagamento, ainda
mais se for único imóvel que possui, o que por lei é proibido de penhor.
Contrair divida para pagar divida é a pior ação de um endividado. Os
bancos agradecem tamanha inocência.
Olá, Sergio, bom dia. Agradecemo pelo seu comentário. Também entendemos que qualquer tipo de empréstimo que o consumidor decide tomar deve ser feito de maneira totalmente consciente. Cada situação deve ser analisada de maneira individual para que a escolha do consumidor não se torne um problema no futuro. Nosso papel é informar ao consumidor as opções de crédito que existem no mercado, inclusive, mostrando também como as pessoas devem fazer para equilibrar suas finanças quando o assunto é casa própria, como na matéria: http://www.sonhodoprimeiroimovel.com.br/faca-seu-ajuste-fiscal-e-garanta-o-pagamento-em-dia-do-financiamento-imobiliario/
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